domingo, 20 de fevereiro de 2011

"cheios de mãos supérfluas sem bolsos para ancorar"

"Nunca tivemos tempo, não é, uns para os outros, e agora é tarde, estupidamente tarde, ficamos assim a olhar-nos, ausentes, estrangeiros, cheios de mãos supérfluas sem bolsos para ancorar, à procura, na cabeça vazia, das palavras de ternura que não soubemos aprender, dos gestos de amor que nos envergonhamos, da intimidade que nos apavora."

António Lobo Antunes, "Explicação dos Pássaros".

3 comentários:

Anônimo disse...

Pássaros... :)

2edoissao5 disse...

na intimidade que nos apavora...

verdade!

Felicidade Clandestina disse...

vou colocar na minha lista :)

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